MILITARES LOTARAM A SESSÃO EM CINE LÍBERO LUXARDO NO CENTUR
Publicado: 26 de novembro de 2018 - Hora: 09:04

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MILITARES LOTARAM A SESSÃO EM CINE LÍBERO LUXARDO NO CENTUR

 

 

No ultimo dia 21, às 08:00 da manhã. Foi realizada uma sessão no Cine Teatro Líbero Luxardo para  militares em razão dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher. Esta programação faz alusão a semana de prevenção do Dia do Bombeiro Paraense.

Os 16 dias de ativismo começaram em 1991, quando mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (CWGL), iniciaram uma campanha com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo, segundo a ONU Mulheres Brasil.

No Brasil, a Campanha ocorre desde 2003 e é chamada 16+5 Dias de Ativismo, pois incorporou o Dia da Consciência Negra, de acordo com a Procuradoria Especial da Mulher. A mobilização termina em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Cerca de 150 países participam da campanha. A data é uma homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas” e assassinadas em 1960 por fazerem oposição ao governo do ditador Rafael Trujillo, que presidiu a República Dominicana de 1930 a 1961, quando foi deposto.

Com o público formado pelos bombeiros militares, a programação iniciou com o filme ‘Estrelas além do tempo’, que revela um roteiro sobre o poder feminino, sua luta por igualdade e a luta dos negros diante das segregações raciais. Logo após, ocorreu um debate com a Diretora em exercício da Escola Superior da Defensoria Pública, Clívia Croelhas, e com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Tribunal de Justiça e do Corpo de Bombeiros, sobre temas como desigualdade de gênero, violência contra a mulher, representatividade no meio militar e racismo, com ênfase ao dia da Consciência Negra, celebrado no último dia 20 de novembro.

Estrelas além do Tempo

O filme conta a história de três mulheres negras na década de 70, que lutam para ter seu lugar na sociedade. A primeira é Katherine Johnson, uma matemática brilhante, trabalha como um dos computadores humanos da NASA. Pela precisão em seus cálculos, fora promovida para o Grupo de Missão Espacial. Na sua chegada ao novo ambiente de trabalho, chega ser confundida com uma faxineira. A segunda é Mary Jackson tem personalidade forte e sonha se formar engenheira. Recebe o convite para trabalhar no túnel de vento supersônico e mesmo com o preconceito, mostra seu talento. Seu marido após ver sua determinação e que ela não cederia aos seus comentários sexistas, muda de atitude, passa aceitar e apoiar a carreira de sua companheira. A terceira e última retratada no filme, é Dorothy Vaughan, que encara de forma perfeita uma mulher ativista. Ela é supervisora informal dos “computadores negros” e aguarda uma promoção para supervisora permanente, que não acontece.

Após o filme, foi efetuado um debate para tratar questões relacionadas ao empoderamento feminino, a desvalorização da mulher no mercado de trabalho, desilgualdade social, preconceito racial, violência doméstica, física, moral, psicológica, entre outros.

A discussão feita pretende fortalecer a função institucional de promoção, difusão e conscientização dos Direitos Humanos, da cidadania e enfrentamento à discriminação e à violência contra a mulher. E também, aproximar a Defensoria Pública do movimento feminista, buscando demandas que visem uma política de igualdade de gêneros.

Os palestrantes convidados foram :  Tcel BM Adalmilena, o Promotor de Justiça Franklin Lobato, a Advogada Natacha Vasconcelos, a Defensora Pública Clívia Croelhas e a SubT BM Rubenita.

Clívia Croelhas ressaltou o valor de falar sobre esse tema para ao Corpo de Bombeiros Militar do Pará . “Eles precisam desta lente, deste olhar, isso é visto como prós para a sociedade, pois eles são agentes legitimados socialmente para levar uma mensagem. E, a partir do momento em que colocamos neles a lente da necessidade do fim da violência contra a mulher, eles, enquanto autoridades, multiplicam essa informação. Não viemos para transformar o Corpo de Bombeiros, mas para transformar a sociedade, do qual eles são parte importante”, disse.

A luta  por igualdade feminina já se estende por anos e anos, e gradativamente, as mulheres vêm conquistando reconhecimento e mais espaço na sociedade.

No mercado de trabalho não é diferente. Hoje vemos mulheres ocupando cargos que antes apenas homens ocupavam, porém, a desigualdade continua. A desigualdade salarial ainda é uma realidade, mulheres costumam receber um terço a menos que homens que estão no mesmo cargo.

Para a convidada Tcel BM Adalmilena, em sua oportunidade, explanou  um fato que aconteceu durante sua vida militar no Corpo de Bombeiro, onde houve um incêndio próximo de onde ela estava, e o oficial que estava no comando preferiu chamar outra viatura do que a dela que estava mais próxima do local.

Segundo o Promotor de Justiça, Franklin Lobato Prado, ” Ainda é um dilema quando observamos que pouco mais de 50% da população economicamente ativa do País é de homens, e menos de 50% é de mulheres. Mas, que se fossemos fazer uma comparação em relação ao ganho salarial,  ainda existe uma diferença muito grande. Entre o salario que a mulher recebe, e o que o homem recebe, mesmo exercendo a mesma função.

Entre o público presente, estava o Tcel Helton Bravo que em entrevista disse que já sofreu muita discriminação e preconceito ”O negro ainda é inferiorizado, eu de farda sou Tenente Coronel, mas sem farda eu sinto o que todo mundo sente. Eu tenho três filhos, e todos nós sofremos. A questão da discriminação e preconceito que muitas vezes é velada, as vezes não é nem com palavras, é com olhar e gestos. A sociedade brasileira é racista, isto esta no dia-a-dia, esta enraizado, porém tem diminuído ao longo dos tempos, com o empoderamento de pessoas, com o seu erguimento, com negros que não ficam totalmente na base, mas procuram se ascender a cada dia mais , e esses que chegam como eu, não podemos ficar omissos daqueles que chegam em uma base aguardando representatividade.  ” finalizou.

 

 

Texto: Ascom CBMPA por Monica Alexandra Assunção

Fotos: Monica Alexandra Assunção

 

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