Equipes de psicólogos do CBMPA realizam levantamento das condições de trabalho dos militares
Publicado: 21 de março de 2018 - Hora: 11:53

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Equipes de psicólogos do CBMPA realizam levantamento das condições de trabalho dos militares

Instigados pelos desafios cotidianos da prática profissional do Corpo de Bombeiro Militar do Pará (CBMPA) e em busca de ferramentas teórico-reflexivas que possam nortear e ampliar as ações de prevenção e de intervenção para a promoção de saúde do efetivo do CBMPA, o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Coronel  Zanelli Nascimento, juntamente ao Comandante do Comando Operacional (COP) Coronel Norat solicitaram ao Serviço de Atenção Psicossocial (SAPS) , que fizesse um levantamento das condições de saúde e adoecimento dos trabalhadores da corporação.

Tal levantamento trata-se  de um trabalho planejado que já está em execução desde final do ano passado, quando os psicólogo do CBMPA Major Mário Brito e Major  Daniele Moreira juntamente a equipe composta pelo Cabo Julyo e Sargento Militão, iniciaram um  trabalho de mapeamento dos riscos psicossociais relacionados ao trabalho do Bombeiro Militar. A aplicação foi feita através de um protocolo que avalia o contexto de trabalho. E ainda a forma de gestão, vivencias em relação ao trabalho e problemas físicos, psicológicos e sociais causados pelo serviço. O mapeamento visa  fazer um diagnóstico da saúde do efetivo do CBMPA para que possa servir de base ao plano de prevenção e intervenção mais eficazes.

O trabalho foi iniciado no final do ano passado pelo quartel de Santarém e Moju, seguidos neste ano pelos quartéis de Santa Isabel, Grupamento Marítimo Fluvial (GMAF), Vigia, Tailândia, Bragança, São Miguel do Guamá, Capanema e Salinas, estando as demais unidades com previsão de visita da equipe seguindo o cronograma de planejamento e que contempla todas a unidades do CBMPA, buscando atender o maior número possível do efetivo.

De acordo com os psicólogos do CBMPA Major Mário Brito e Major  Daniele Moreira Cada, a visita tem gerado um relatório preliminar e que já sinaliza questões mais emergentes no que se refere às condições de trabalho das unidades visitadas, e que é levado a conhecimento do Comandante Geral e Comandante do COP. Ao final será apresentado um diagnóstico da corporação como um todo.

Nessa primeira etapa do mapeamento, com previsão de conclusão até final de abril, os praças, serão o foco, por serem o maior número do efetivo do CBMPA. Já os oficiais serão avaliados em uma segunda etapa da pesquisa.

Pesquisa  referente às condições de trabalho

A estreita relação entre trabalho e adoecimento vem sendo objeto de inúmeros estudos científicos que vão da medicina do trabalho, da ergonomia, da psicologia clínica e social, da psicodinâmica do trabalho dentre outras áreas. Partimos da compreensão de que o trabalho é fonte de prazer ou de sofrimento, a depender de suas condições e modos de organização, das relações socioprofissionais estabelecidas, se é um espaço de emancipação ou de alienação, se há respeito pelo trabalhador ou é hostil, humilhante e em condições desfavoráveis, se é dignificante ou fonte de desgaste e sofrimento psíquico, dentre outros fatores que vão implicar nessa equação: prazer X sofrimento; lugar de produção de saúde X lugar de produção de adoecimento.

Por suas peculiaridades, as atividades desenvolvidas pelo Bombeiro Militar impõem aos profissionais o enfrentamento de frequentes situações-limite, nas quais o risco é quase sempre inerente e se apresenta como a marca que identifica essa atividade e, de certo modo, define as condições de trabalho desses profissionais.

De um modo geral, as condições de trabalho dos Bombeiros Militares na lida com situações concretas de perigo, riscos de morte, ferimentos, iminência de perdas humanas e/ou materiais, ameaças reais e simbólicas da morte de companheiros e a sua própria, podem ser vivenciadas como suficientes para desencadear no trabalhador desde alterações fisiológicas no organismo até as emocionais e/ou psicossomáticas, que vai depender de indivíduo para indivíduo, de modo que cada trabalhador poderá responder de diferentes formas, onde essas situações poderão ser sentidas/vividas por alguns como mais ou menos impactantes a nível de sofrimento patogênico, desgaste e fonte de adoecimento.

 

Texto e Fotos: Major Mário Brito
Edição:  Ascom CBMPA

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