Corpo de Bombeiros dá dicas e orientações de segurança para quem vai curtir o início do ano nas praias do Estado
Publicado: 5 de janeiro de 2020 - Hora: 23:13

  1. Início
  2. »
  3. Notícias
  4. »
  5. Corpo de Bombeiros dá dicas e...
Corpo de Bombeiros dá dicas e orientações de segurança para quem vai curtir o início do ano nas praias do Estado

 

2020 chegou e com ele a preocupação dos paraenses em como e onde passar as férias de início de ano. Pensando nisso, muitos decidem viajar para praias, rios e igarapés do interior do Estado, o que aumenta a incidência de afogamentos nessas regiões.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático – SOBRASA, 16 brasileiros morrem afogados diariamente, homens morrem em média 6,7 a mais que as mulheres, sendo a maioria adolescentes. A região que mais apresenta a maior taxa de mortalidade é o Norte devido a sua característica rica em rios e igarapés, fatores esse que acrescentam ainda mais na percentagem de óbitos. Infelizmente, a faixa etária está mais centrada entre pessoas de 11 a 29 anos, chegando a 47%. Segundo o 1° Grupamento de Busca e Salvamento do CBMPA (1° GBS), o Pará registra aproximadamente de 7 a 8 óbitos por afogamentos por mês, atendidas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará até o mês de novembro/2019.

O Comandante do 1º GBS, Tenente Coronel Silva Júnior, é Bombeiro Militar especialista em Guarda-Vidas, e em entrevista concedida a Assessoria de Comunicação do CBMPA, orienta os banhistas que vão viajar para os principais balneários da região metropolitana de Belém e interior do Estado:

1 – Quais são as principais indicações a esses banhistas?

R: O mais importante é o reconhecimento do seu risco pessoal, saber a sua capacidade para estar naquele meio (no caso de rios, praias e igarapés). Seguir as regras básicas de atenção com as crianças e nunca deixá-las sozinhas em um ambiente aquático é primordial, sempre tem que ter a supervisão de um adulto. Não esquecer de mantê-las sempre a distância de um braço, pois em qualquer situação adversa que possa vir ocorrer, o adulto está imediatamente alí para manter o auxílio. Nossos rios, nesse momento de festas, estão tendo um fluxo muito grande de deslocamento de embarcações, é importante que seja observado os materiais de salvamento como coletes salva-vidas, e cobrar da tripulação o respeito de limites de passageiros, caso isso não ocorra, acionar os órgãos competentes de fiscalização, além de também procurar saber como utilizar esse equipamento. Nas praias, é necessários que os banhistas respeitem as orientações dos guarda-vidas, seja ela das placas de sinalização ou bandeiras, e sempre buscar orientações do melhor local para banho.

 

2 – 75 % dos casos de óbitos são causados em rios, quais as características desse meio que fazem os números serem tão grandes?

R: Os rios da nossa região tem ambientes enormes onde não há a presença ativa dos guarda-vidas em todas as suas extensões, então entra nessa situação a percepção do próprio banhista em reconhecer o grau de periculosidade do local. Há uma presença maior de fortes correntezas laterais onde não há uma zona de escape, muitas das vezes quando a pessoa é arrastada, há uma dificuldade de salvamento pelas pessoas que estão ao redor e não são profissionais da área, pois naquele momento, não sabem os critérios adequados para fazerem essa interrupção do afogamento.

 

3 –  A nossa Região Amazônica é rica em animais marinhos e isso contribui com acidentes em locais de grande circulação, quais dicas o Sr. pode dar aos banhistas para evitar tais situações?

R: Em casos de acidentes com animais marinhos, o ideal é que se procure o posto do Corpo de Bombeiros mais próximo, lá eles vão dar as orientações necessárias de acordo com cada caso, por exemplo, Água Viva tem um procedimento diferente do acidente com o peixe Bagre.

 

4 – Sabemos que a variação dos rios e marés são constantes na nossa região, e por causa disso, vários banhistas se afogam. Como explicar isso?

R: Ficar de olho na variação da maré é muito importante, pois nossa região apresenta uma amplitude de maré muito alta. Na Região Metropolitana de Belém, as praias de Mosqueiro e Cotijuba, por exemplo, têm uma menor intensidade, mas quando se parte para uma amplitude oceânica, ela aumenta. O fator importante é que esse avanço e recuo das marés propiciam uma força muito maior das correntes, levando o banhista da terra ao alto mar em questão de segundos. Essas correntes são chamadas de Correntes de Retorno, às vezes, não é observável e sim perceptível. Quando o banhista se deparar com uma situação dessa, é necessário que ele busque as laterais da corrente, que é onde ela perde a força e você tem a possibilidade de buscar a parte mais rasa para poder tocar na areia. Sempre pergunte ao guarda-vidas a respeito disso, pois ele já fez o reconhecimento da área e sabe a localização desses pontos de risco.

 

O Tenente Coronel Silva Júnior tem 21 anos de experiência na área e é vice-presidente e Diretor Estadual do SOBRASA, que tem a missão de auxiliar o Corpo de Bombeiros Militar no Pará na competência de busca e salvamento no meio aquático. “Há também outras dicas de segurança para a população paraense aproveitar as praias: 1 – Evitar sempre o uso de bebidas alcoólicas antes de entrar nos ambientes aquáticos, pois isso faz com que o banhista perca as habilidades físicas dentro desse meio, ocasionado acidentes que possam leva a pessoa a óbito; 2 – Colchões, boias e similares causam uma falsa sensação de segurança, pois o banhista que faz o uso desse material no meio aquático, ao se deparar com uma situação de emergência da perda desse objeto, pode submergir e se afogar, então atentar para esse equipamento é muito importante; 3 – Sempre usar colete salva-vidas; 4 – Nunca tente salvar uma vítima de afogamento, ofereça um material flutuante e informe ao guarda-vida mais próximo e/ou ligue 193; 5 – Cuidado com o uso de celular, o aparelho pode causar desatenção; Seguindo as orientações básicas de segurança e de percepção de risco (questão essa que tem que ser desenvolvida pela população ao adotar uma postura de prevenção em um ambiente de risco) acreditamos que os números de acidentes irão diminuir e as pessoas terão um Réveillon muito mais seguro.” disse o Coronel.

A positiva luta contra afogamentos aponta redução de 52% na taxa de mortalidade em 40 anos (1979-2017). A maioria dessas mortes são causadas por pessoas que ignoram os riscos, não respeitam os limite pessoais e desconhecem como agir nessas determinadas situações. Lembrando que afogamento não é um acidente e sim um incidente, não acontece por acaso, tem prevenção e esta é a melhor forma de tratamento!

 

ASCOM CBMPA

Skip to content